Em destaque Operação Delegada é discutida em audiência pública na Câmara de Santo André

Operação Delegada é discutida em audiência pública na Câmara de Santo André

A Câmara de Santo André realizou na noite desta segunda-feira (15), audiência pública para discutir a Operação Delegada na cidade. O plenário recebeu cerca de 200 pessoas, entre guardas civis municipais (GCM) e policiais militares (PM). O programa prevê que os PMs trabalhem nas horas vagas sendo pagos pela Prefeitura. 
De acordo com o secretário de Gabinete da Prefeitura de Santo André, o vereador licenciado Tiago Nogueira, o Executivo não pretende utilizar a ação na cidade, devido à falta de recursos. “Nesse momento não podemos assumir esse custo. O Estado tem que investir dinheiro”, disse. O secretário afirmou que a Prefeitura pretende investir nos guardas municipais que precisam de novos uniformes e reajuste salarial.

Outro tema que gerou divergências de opinião é o fato da Operação Delegada se basear na hora extra do policial. O vereador Edson Sardano (PTB), o organizador da audiência, disse que há muitos cargos que o profissional realiza hora extra, para ele a medida é uma forma de complementar a renda. “A Operação Delegada está sendo pintada como um monstro. Hora extra todo mundo faz. Jamais a policia militar vai resolver todos os problemas da cidade. É mais uma atuação pontual. A Operação Delegada é um paliativo”, explicou.

O professor João Alexandre, coordenador acadêmico do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos, defendeu a capacitação dos guardas municipais e o aumento salarial da classe. “O que temos que analisar é: se a polícia (municipal) não consegue resolver seus próprios problemas, como conseguirá resolver os problemas do município?”. Para ele, o investimento na guarda civil auxiliaria na segurança do município e que os gastos com a Operação Delegada faz com que isso não ocorra. “Quem alimenta é o pai. O policial militar não é filho do município, mas do Estado”.

O Major da PM Temístocles Telmo Ferreira Araújo divulgou informações sobre o funcionamento da Operação Delegada na cidade de São Paulo, como a diminuição dos roubos na região da Rua 25 de Março, que recebeu a constante presença dos policias militares. O vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), afirmou que a operação é específica em uma determinada região. “A Operação Delegada na 25 de Março foi feita especificamente para correr atrás dos camelôs. A Operação Delegada vai lá no Jardim Irene e no Jardim Santo André combater a criminalidade?”, questionou.

A cidade de Santo André possui atualmente 680 guardas municipais. Já a região do ABC tem 3.600 policiais militares. O Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André (SindServ) reivindicou o aumento salarial da corporação e a elaboração do estatuto. Para Carlos Alberto Pavan, diretor do SindServ e guarda civil municipal licenciado, a GCM pretende eleger, ainda em abril, comissão que deverá elaborar um estatuto. A matéria deverá passar pela analise dos vereadores e prevê a valorização da classe através da elevação do ganho financeiro dos servidores. Um GCM em Santo André ganha R$ 1.360,00 por mês, no início da carreira.

O presidente da audiência pública foi o presidente da Câmara, Donizeti Pereira (PV), que analisou o evento como positivo, pois possibilitou o debate das melhorias que precisam ser realizadas na GCM. “Agora a luta é em prol da guarda e os vereadores terão prazer em ajudar. Nós fizemos o debate e agora a discussão precisa avançar”, disse.

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